domingo, 15 de novembro de 2009

Introdução

Esse blog nada mais é do que um diário de viagem: uma viagem através da história da arte buscando compreender a arte contemporânea, a partir do desbravamento de museus pelo Brasil e pela Europa.
Uma vez em um museu de Paris cujo nome não me lembro mais, escutei comentários diante da arte contemporânea do tipo “mas isso é arte?” ou “isso até eu consigo fazer”. O tom de deboche dos visitantes só alimentava as discussões recentes sobre a essência da arte. Qualquer coisa pode ser arte? O que é a arte? O que me intrigou mais é o fato desse grande debate sem resposta só ter ganhado força no universo da arte moderna e contemporânea, exatamente quando a minha relação com a arte – e claramente a desses visitantes – não é mais tão harmônica. Por mais que eu tentasse me abstrair desses comentários, e tentar entender as obras e sua contribuição para a sociedade, eu me sentia cada vez mais perdida e confusa. O fascínio diante do toque dos grandes mestres da pintura, como Michelangelo, Leonardo da Vinci, Van Gogh, Monet, Degas, Ticiano, Bocciceli, Rubens, Vin Dyck, entre outros, se transformaram em dúvidas, incompreensão, bloqueio ou mesmo indiferença.
É aí então que começo essa aventura rumo ao entendimento da arte contemporânea, para tentar re-despertar o grande interesse pela arte que sempre estivera comigo. E para entendê-la, tracei uma linha que passa pela história da arte desde o renascimento até a arte contemporânea, em apenas algumas palavras, buscando estabelecer conexões entre os diversos momentos da história, através da arte e dos seus respectivos contextos. Para tal feito, devido à enorme complexidade desse campo do conhecimento, escolhi alguns artistas e momentos chaves na história – alguns que explicitam a minha relação anterior com a arte pré-moderna, e outros que representam já a minha busca rumo ao entendimento da arte contemporânea. O meu objetivo é então, além de estabelecer uma comunicação com a arte contemporânea, buscar enxergar na arte de hoje resquícios do passado, de forma a mostrar que a história não apresenta rupturas bruscas, e assim conseguir finalmente compreendê-la.

Um comentário:

  1. A verdade é que entender a arte é, por si só, a maior das artes.

    Parabêns pelo blog. Ainda irei fruir dos outros posts com calma, a exemplo do que se faz com o objeto de estudo do seu site.

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