domingo, 15 de novembro de 2009

conclusão

Após todas as pesquisas que realizei sobre a arte contemporânea e suas bases ao longo do século XX, concluo que a significação é uma conseqüência de um repertório mínimo, o melhor guia em visitas a museus. É o conhecimento que permite ao observador da arte contemporânea identificar as diversas referências típicas da arte atual, bem como as motivações dos artistas.
Concluo também que meu gosto pessoal pelos diversos movimentos artísticos não são equivalentes simplesmente por serem todos denominados arte. Alguns estilos continuam causando mais fascínio do que outros e mais sensações de troca de informação. O que mudou foi a aceitação de alguns e um novo gosto pela arte de outros.
Assim, vejo que minha indiferença diante de artistas consagrados como Duchamp não existe mais. Ao entender melhor suas motivações e seu poder de inovação que contribuiu significativamente para desmistificar a imagem que se tinha do artista como gênio criador, dotado de exímio talento (da qual eu era adepta), percebo o quão importante foi a contribuição desse artista para a história da arte moderna e seu desenvolvimento. Conhecer então a arte como idéia, e analisar os contextos em voga, sem sombra de dúvidas contribuiu para diminuir a aversão que tinha diante de obras que fogem da figuração ou que não denotam uma habilidade tal que separa o artista dos demais incapazes de realizar tais efeitos sobre pedras ou telas. Assim, uma obra cuja idéia seja interessante mas cuja produção tenha sido simplesmente guiada pelo artista, pode não explicitar um gigante desafio de execução, sem deixar de ser arte, ou sem perder o seu valor. Pelo contrário, ela, quando compreendida pelo observador, pode ser alvo de grande admiração por outros fatores que não o belo propriamente dito, como por exemplo, a criatividade do artista, sua fonte de inspiração, suas idéias, sua complexidade, seu hibridismo e mesmo a reflexão acerca do contexto contemporâneo do século XXI. Conforme mencionado anteriormente, o apelo do belo na arte de hoje é inclusive contraditório. Além disso, as obras são enobrecidas pela interação com o observador que elas favorecem. Sendo a participação do espectador parte significante do processo de construção da obra, seja através de sua observação ou imersão na mesma, os processos de troca e de comunicação com a arte ficam inclusive mais intensificados.
Talvez a arte contemporânea, por ser extremamente complexa e aberta, fique mais clara no futuro uma vez que, ao olhar para trás, é mais fácil descrever uma história e um contexto do que identificá-lo no presente, enquanto ele ainda está em fase de formação e adaptação, recebendo influências variadas e se multiplicando.

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